Tarifas, guerra e independência

Dr. Abraham Weintraub analisa movimento estratégico de Trump

10/04/2025 às 08h09 Atualizada em 10/04/2025 às 09h00
Por: Redação Fonte: E
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Em sua estreia na Orange Hub, o economista, ex-ministro da Educação e ex-diretor do Banco Mundial, Dr. Abraham Weintraub, faz uma análise contundente sobre o novo movimento geopolítico liderado por Donald Trump: o aumento agressivo das tarifas de importação sobre produtos de diversos países incluindo aliados históricos dos EUA.

Para Weintraub, essa não é uma medida apenas econômica. É geopolítica. É guerra.

"Trump não está sozinho. Ele não fez isso sem o aval da elite americana. Bilionários, empresários e o establishment já se preparam para uma possível guerra mundial. O que estamos vendo é o início explícito da preparação para um conflito global", afirma.

"Parar tudo" — A estratégia de ruptura

Trump anunciou tarifas pesadas sobre produtos importados, atingindo a China com 34%, a União Europeia com 20%, Taiwan com 32% e até Madagascar com absurdos 47%. O Brasil ficou com tarifa de 10%.

Segundo Weintraub, o recado é muito claro:

"Trump quer interromper as cadeias globais de produção. Quer que tudo volte a ser produzido dentro dos Estados Unidos. Porque numa guerra, depender de peças, chips ou materiais vindos da China ou Europa é suicídio", explica.

Fábricas americanas, que dependem de peças estrangeiras, já sentem o impacto. "É o primeiro sinal prático de que a economia mundial vai desacelerar rapidamente", diz.

Trump não é burro. É estratégico.

Weintraub rebate duramente quem tenta analisar as ações de Trump de forma superficial.

"Trump não é burro. Não é louco. Ele é muito mais preparado que Lula ou Bolsonaro em gestão sob estresse. Como empresário, sobreviveu a crises brutais. O que ele está fazendo agora é racional dentro da lógica da guerra", analisa.

Para o colunista, estamos diante do maior reposicionamento geopolítico dos EUA desde a Segunda Guerra Mundial.

E o Brasil no meio disso?

Mesmo tendo saldo positivo com os EUA, o Brasil foi incluído na tarifa de 10%.

"Não tem nada a ver com mérito ou com Eduardo Bolsonaro. O Brasil, assim como dezenas de outros países irrelevantes geopoliticamente, entrou na régua padrão de 10%", ironiza Weintraub.

Ele explica que essa taxação não visa prejudicar o Brasil diretamente, mas faz parte da lógica de fechamento econômico dos EUA.

O que vem a seguir? Instabilidade Global.

Para Weintraub, o mundo deve se preparar para retaliações, aumento da inflação, queda das bolsas e possíveis crises bancárias.

"Segunda-feira será o primeiro dia de um mundo novo. Prepare-se para ver sangue nas telas do mercado. Estamos diante de uma mudança de era", alerta.

Ele lembra ainda que as novas tarifas atingem setores estratégicos como veículos elétricos, baterias, semicondutores, aço e alimentos — o que deve impactar diretamente o bolso do consumidor global.

Quem é Abraham Weintraub?

Economista, ex-ministro da Educação do Brasil, ex-diretor executivo do Banco Mundial e Fundador do Farol da Liberdade Movimento Politico. Abraham Weintraub é o novo colunista da Orange Hub. Especialista em geopolítica, economia internacional e estratégias de poder, ele traz uma leitura direta, crua e provocadora sobre os bastidores do mundo que está sendo redesenhado.

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