Governo propõe piorar a qualidade da gasolina para disfarçar alta de preços
O governo quer resolver a disparada dos preços dos combustíveis da pior forma possível: piorando a qualidade da gasolina. A proposta é aumentar a mistura de etanol anidro para 30%, reduzindo a necessidade de importação e, supostamente, barateando o produto na bomba. Na prática, isso significa uma gasolina inferior, que faz o carro consumir mais e pode causar danos ao motor, tudo para mascarar a incompetência na gestão dos preços.
Gasolina mais fraca, bolso mais vazio
A justificativa oficial é que, com mais etanol na mistura, o Brasil precisaria importar menos gasolina refinada, o que ajudaria a reduzir custos. Só que essa matemática não fecha. O etanol tem um poder calorífico menor do que a gasolina, ou seja, o motorista vai precisar abastecer com mais frequência para rodar a mesma distância. No fim das contas, o consumidor vai gastar mais sem perceber.
O impacto também será sentido no desempenho dos veículos. Carros mais antigos, que não foram projetados para rodar com essa nova mistura, podem sofrer danos no motor, forçando motoristas a gastarem mais com manutenção. Para quem depende do carro para trabalhar, como motoristas de aplicativo e caminhoneiros, essa mudança pode ser um golpe financeiro disfarçado de benefício.
Setor automotivo alerta, governo ignora
Montadoras e especialistas do setor automotivo já levantaram bandeira vermelha. Essa mudança pode afetar a durabilidade das peças, aumentar o consumo e criar uma série de problemas mecânicos que podem encarecer a vida do brasileiro. Mas, como de costume, o governo parece ignorar qualquer crítica técnica em nome de uma solução paliativa.
Por outro lado, os produtores de etanol aplaudem a decisão. Com mais etanol na gasolina, a demanda pelo biocombustível aumenta, favorecendo o setor sucroalcooleiro. Ou seja, quem sai ganhando são os grandes empresários do agronegócio, enquanto o consumidor comum vai pagar a conta de um combustível mais fraco e menos eficiente.
Mais uma medida para enganar o brasileiro
Essa não é a primeira vez que o governo tenta maquiar os problemas em vez de resolvê-los de verdade. Em vez de atacar as causas da alta dos combustíveis — como a carga tributária, a falta de refinarias e a desvalorização do real —, a solução apresentada é simplesmente diluir a gasolina, entregando um produto de qualidade inferior para a população.
Enquanto isso, motoristas continuarão pagando caro para abastecer e, agora, terão que lidar com um combustível que rende menos e pode prejudicar seus veículos. Uma solução que, no fim, só favorece o governo, os usineiros e os empresários do setor de etanol, enquanto o brasileiro segue enganado.