Não há mais igrejas evangélicas abertas no país. A última foi forçada a fechar as portas no ano passado, segundo a organização Portas Abertas.
Desde 2019, as 47 igrejas protestantes da Argélia enfrentaram uma escalada de repressão. Em 2024, a situação chegou ao extremo: todos os cultos foram proibidos. Para os mais de 60 mil protestantes e 42 mil pentecostais no país, isso significa viver sua fé às escondidas.
“Nossa fé é clandestina”
Sem igrejas físicas, os cristãos agora se reúnem em segredo. Mas não é só isso: estudar a Bíblia, ser batizado ou discipular novos convertidos se tornou quase impossível.
As leis argelinas tratam o culto não muçulmano como algo controlado e punem severamente qualquer tentativa de evangelização. Converter muçulmanos é um “crime”.
Enquanto as igrejas evangélicas são caçadas, as igrejas católicas conseguem operar, mas apenas porque atendem estrangeiros – uma pequena minoria de cerca de 7 mil pessoas.
Líderes na mira
O pastor Youssef Ourahmane, da Igreja Protestante da Argélia, foi condenado a um ano de prisão em 2024 por conduzir cultos não autorizados. E ele não está sozinho: cerca de 20 cristãos ex-muçulmanos estão sendo processados atualmente por causa de sua fé.
Mesmo assim, a fé permanece: “Deus nunca nos abandona. Cremos que Ele abrirá um caminho”, declarou Naasima, uma cristã que vive sob constante perseguição.
Conversão com um preço alto
Para os argelinos que deixam o Islã e seguem Jesus, as consequências são duras. Mulheres podem ser forçadas a casar com muçulmanos, sofrer abuso sexual ou até enfrentar ameaças de morte. Homens lidam com demissões, espancamentos e até prisão.
Na Argélia, seguir a Cristo não é apenas uma questão de fé, mas um ato de resistência.