“Igrejas? Não mais”: A realidade dos cristãos na Argélia

Na Argélia, um país majoritariamente muçulmano, a fé evangélica está vivendo seus dias mais sombrios.

21/01/2025 às 10h27 Atualizada em 21/01/2025 às 18h33
Por: Redação
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“Igrejas? Não mais”: A realidade dos cristãos na Argélia

Não há mais igrejas evangélicas abertas no país. A última foi forçada a fechar as portas no ano passado, segundo a organização Portas Abertas.

 

Desde 2019, as 47 igrejas protestantes da Argélia enfrentaram uma escalada de repressão. Em 2024, a situação chegou ao extremo: todos os cultos foram proibidos. Para os mais de 60 mil protestantes e 42 mil pentecostais no país, isso significa viver sua fé às escondidas.

 

“Nossa fé é clandestina”

Sem igrejas físicas, os cristãos agora se reúnem em segredo. Mas não é só isso: estudar a Bíblia, ser batizado ou discipular novos convertidos se tornou quase impossível.

 

As leis argelinas tratam o culto não muçulmano como algo controlado e punem severamente qualquer tentativa de evangelização. Converter muçulmanos é um “crime”.

 

Enquanto as igrejas evangélicas são caçadas, as igrejas católicas conseguem operar, mas apenas porque atendem estrangeiros – uma pequena minoria de cerca de 7 mil pessoas.

Líderes na mira

O pastor Youssef Ourahmane, da Igreja Protestante da Argélia, foi condenado a um ano de prisão em 2024 por conduzir cultos não autorizados. E ele não está sozinho: cerca de 20 cristãos ex-muçulmanos estão sendo processados atualmente por causa de sua fé.

 

Mesmo assim, a fé permanece: “Deus nunca nos abandona. Cremos que Ele abrirá um caminho”, declarou Naasima, uma cristã que vive sob constante perseguição.

 

Conversão com um preço alto

Para os argelinos que deixam o Islã e seguem Jesus, as consequências são duras. Mulheres podem ser forçadas a casar com muçulmanos, sofrer abuso sexual ou até enfrentar ameaças de morte. Homens lidam com demissões, espancamentos e até prisão.

 

Na Argélia, seguir a Cristo não é apenas uma questão de fé, mas um ato de resistência.

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